29.9.08

2008 foi um ano cheio de achados, e quem sabe por isso eu esteja me sentindo tão perdida.

25.9.08

E quando seu professor de natação começa a dizer todo dia que você 'tá nadando pra caraaaaaaaalho' e diz que você é a melhor nadadora dele? :~

24.9.08

Cara, eu quero saber é cadê os psicólogos pra condenar essas pais que deixam os filhos perderem a infância assim na maior. Eu tenho medo do que essa safra de, sei lá, 1995 pra frente vai se tornar. Na agonia do mundo moderno de exigir cada vez mais responsabilidade dos adultos, eu vejo os adultos de certo modo transferindo isso também pras crianças, e daí muitas passam a se vestir e ter atitudes típicas de gente grande. Cada vez mais comum. Crianças são como esponjas, todo mundo sabe. Eu não vejo mais a correria, a gritaria, os jogos de carimba, de vôlei de quando eu era pequena. Os tempos mudam, tudo bem, as manias mudam e tal, mas muito me assusta a possibilidade de criar meu filho num ambiente desses que eu não julgo saudável. Criança precisa aprender a descobrir, observar, socializar. Criança precisa cair no chão de concreto e descobrir que ralar a perna dói, precisa descobrir que tomada dá choque e que shampoo no olho arde. Não quero meu filho como meu irmão, que passa praticamente o dia sentado ou no computador ou no vídeo game ou na televisão, sem vida social aparente, enorme de gordo e inútil. Não quero que minha filha seja uma fútil, chore por bolsas da Kipling, gaste a mesada com Hello Kitty, corte uma franja ridícula e começe a beber aos 14. Quero ambos de camisa do Pateta e da Minnie até os doze anos de idade. Mas daí vem o outro risco: será que fazendo isso eu não torno eles "socialmente incompatíveis"? Será que eles não sofreriam preconceito, seriam taxados de mongois, bebêzinhos, só porque eu realmente quero que eles sejam crianças de verdade, que aproveitem, que corram, que se sujem todos e venham com a camisa cheia de manchas de chocolate, terra, merda de cachorro, só pra eu ver se realmente o sabão em pó funciona que nem na propaganda? E se isso os traumatizasse socialmente?
Olha, eu tô levantando essa questão porque uma amiga minha hoje no almoço me contou de uma menina de 13 anos se suicidou essa semana. Cara, se eu com meus quase 21 anos não sei de absolutamente nada quanto a experiências de vida e sigo caminhando como quem caminha naquelas "pedras" daquela brincadeira antiga pra caralho que tinha no Faustão, da época da ponte do rio que cai, que você não sabe se são firmes ou não e se estrebucha todo na água, avalie essa pessoa. Um dos problema do se parecer com o adulto é toda uma carga emocional que uma pessoa de 13 anos muitas vezes não tem estrutura pra arcar. E quem não tem suporte ou não consegue se equilibrar nessa balança acaba por fazer o que essa pobre coitada fez.

22.9.08

Ao longo dos anos a maturidade que a gente adquire com as experiências vai tornando boa parte das pessoas cada vez mais frias. É compreensível, de certo modo. Você cansa. Cansa de cair de cara no chão, de colocar sua mão no fogo por quem te trata como copo descartável, de estender a mão quando precisa de ajuda e determinadas pessoas nem esboçarem reação. Mas até que ponto isso é bom? Quando é que o egoísmo deixa de ser uma defesa natural e passa a ser uma barreira? Muitas vezes você se fecha, fecha o seu coração, e haja paciência pra transpôr esse muro. Tem como saber dosar a entrega e a cautela? Os bons bocados que eu já passei grudaram os meus dois pés atrás dessa linha. Eu não gosto dessa história eufórica de sijoga. Não existe isso de I'm your stranger, jump!, parafraseando Closer. O receio de mais uma manhã de olhos inchados não me permite retirar da minha caixinha de vamos-ser-égua-mais-uma-vez 25 centavos de coragem pra isso.
O excesso de introspecção desse ano me deixou bem mais fechada e apática (infelizmente?). Adotei a política que eu já devia ter adotado há muito tempo: só se relacione com quem, de certo modo, engrandeça você somehow. Pessoas negativas e neuróticas só trazem coisa ruim pra perto de você e acabam com o seu emocional. E, olha, um emocional saudável é imprescindível prum racional funcional. E também tem aquela velha história: você precisa aprender a se aceitar como é. Se você não o faz, acaba dando moral pras outras pessoas fazerem o mesmo.

Bem, por mim, eu tenho os meus poucos e bons amigos, e pra mim isso já basta. Eles me conhecem, sabem tanto dos meus defeitos quanto das minhas qualidades, e no jogo da reciprocidade eles demonstram ter por mim o mesmo respeito que eu tenho por eles. Não tem mastercard que pague.

21.9.08

Se tem uma coisa que me irrita muito é desperdício de respeito. Não, não necessariamente quer dizer desrespeito. Se eu não tiver respeito pela pessoa e ela me desrespeitar de algum modo eu não tô nem aí. Beijomeliga. Mas se eu tenho respeito e a pessoa, sem motivos aparentes, faz dele uma bolinha linda e joga bonitinho no lixo, meu bem, aí a coisa esquenta un pouquito. Vingança, meu bem, a gente come frio e de pouquinho, sem pena.

Odeio o fato do rímel sempre ficar mais bonito no dia seguinte.

18.9.08

É muito foda administrar amor, tanto o que você recebe quanto o que você dá.
Receber muito amor é como, talvez, receber muito dinheiro: te torna prepotente, seguro. Isso pode ser bom até certo ponto. A segurança no seu par evita muitos sentimentos desgastantes, como a carência e o ciúme. Entretanto, como tudo demais sobe um pouco a nossa cabeça, algumas pessoas com excesso de segurança vêem-se tentadas a ferir seus princípios, tornarem-se corruptas, confiando-se justamente naquilo que o amor, quem sabe, traga consigo de melhor: a confiança.
Ser corrupto não é necessariamente uma traição física. Antes de tudo eu falo em traição moral, visto que tô tentando falar de relacionamentos quaisquer. Pequenas mentirinhas, omissões constantes, falta de zêlo. Quem sabe tudo começe assim. Também não tô dizendo que traição acontece na maioria das vezes por segurança em demasia. Em certos grupos, talvez. Mas insegurança é desesperador o suficiente pra, quem sabe, te fazer ferir o próprio caráter - e não tem dor maior do que essa. Isso não quer dizer que justifique uma gafe: não justifica.

Quanto ao amor que você doa, esse é o mais difícil de controlar. É tanto amor pra dar, é tanta gente pra amar, é tanta euforia que você sai distribuindo assim, a torta e a direita, sem quantificar muito, sem ser responsável. O resultado? As milhões de dores de cotovelo e as manhãs de olhos inchados tão comuns. E ainda assim você não pára com essa mania besta. É masoquismo. A gente doa, doa. E por não receber nada em troca de algumas pessoas, a gente se esgota delas. Porque sim, somos egoístas e queremos retorno. Por um momento ainda temos força o suficiente pra se doar mais, sem se tocar que na verdade estamos só cavando o que parecia o fundo do poço, vivendo na esperança de que jajá alguém joga uma corda e te chama de meu amor, sei lá. Um alguém não: o alguém. Decepções, decepções. A gente perde nosso tempo criando expectativas, pra no fim das contas jogar tudo no lixo.
O amor é ridículo: aceita qualquer desculpa, por mais esfarrapada que seja, pra justificar os erros alheios. E você se apega àquilo, se agarra com as unhas, com os dentes, se entrelaça. Pra você aquilo basta. E você acredita fielmente que é a pessoa mais feliz do mundo.

Mas isso tudo é muito óbvio. E o óbvio me irrita.

17.9.08

Papel em branco, ausência de tema, monólogo. Sempre é mais fácil desenvolver as coisas quando se tem com quem compartilhar as idéias. Esse compartilhamento mudo e unilateral daqui chega a me angustiar um pouco. A vontade de externar existe - e existe demais! - mas eu, vestibulanda que sou, tremo um pouco nas bases por causa da falta de direção. Aqui não existe o gênero, o tema, e talvez essa quantidade tão grande de opções seja pra mim como entrar em uma loja de bombons: eu simplesmente não sei qual escolher.

Não queria falar do óbvio, porque ler o óbvio me irrita muito. Não queria algo vomitado. Queria um parto. Quem sabe tão escatológico quanto, dependendo das condições, mas a diferença do produto final é o que torna um repugnável e o outro encantador.

16.9.08

Como fas?
No fim das contas era só eu que me perguntava irritada, quando pequena, por que diabos as coisas frias insistiam em esquentar e as quentes em esfriar?
É bom estar de volta. Ou não.